domingo, 2 de fevereiro de 2014

HISTORIA DE UMA BORBOLETA

Naquele lugar, onde tudo parecia real, na verdade, tudo era ilusao, dependia de quem olhava... se olhar com amor, as coisas parecem lindas, coloridas, cheias de vida..., mas, se olhar com algum sentimento negativo, tudo se transforma, tudo fica triste, cinzento, feio, sem vida...
Ali viviam, separadamente, um casal de borboletas.
Mas, pasmem, nunca tinham se encontrado... não tinham sido apresentados...
Vou lhes contar a historia desses dois... e como tudo começou...
Ela, desiludida, sem esperança, sofrida, sem forças para lutar, sem vontade de viver e ser feliz, acha que não tem mais chance, que a vida esqueceu dela, que nem merece ter novas chances na vida, basta aquela mediocridade, pronto, acabou...
MAS, ALEM DISSO, ELA ERA sensivel, amavel, amorosa, carinhosa, meiga, sedenta de amor, queria amar e ser amada, dar e receber amor, carinho, atençao, viver uma linda historia de amor...
Ela, que sempre viveu num casulo, nao por que queria, mas por uma especie de castigo, (ou seria covardia?, medo de enfrentrar a vida?) por nao ter coragem de sair, se desembaraçar e voar, ficou por muito tempo ali, naquele lugar que seria sua morada provisoria, por um tempo limitado, passou do tempo... por isso, ficou com as asas amassadas, as antenas dobradas, os ouvidos um pouco moucos, nao enxergava o que era para ver e, pasmem, engordou demais... a pior coisa para quem precisa voar, ser leve, ter gestos de bailarina..., ela, estava irreconhecivel... lamentavel para uma borboleta... e pensava: ninguem vai me amar do jeito que eu estou, feia, gorda, asinha amassada, nao ouço direito, nao enxergo bem... quem? quem vai se interessar por mim? ninguem...
Mas um dia, ela viu este jovem e belo representante da sua espécie... o amor pela vida, a vontade de viver, de amar, de ser feliz, voltou ao seu coraçao... a esperança a fez renascer... seu olhar brilhou, a alegria voltou... tudo fico mais bonito, mais colorido, mais brilhante... puxa, a vida é bela, pensou... muito gostoso viver... nao que este jovem, tenha falado ou dado alguma esperança, tenha deixado no ar algo  que a levasse a pensar em vôos, em acrobacias, em acasalar... nao, nao, ele nao falou nada... tao pouco a convidou para voar... ela deixou que o coração tomasse conta dos seus pensamentos e o que é pior, dos seus atos...  
Ela se insinuou, bailou, voou ao redor do jovem..., seria isso, pensou ela, a dança do acasalamento? Mas se era ou nao era, dançou assim mesmo, com graça, com leveza e com toda a sua alma, mostrando o seu colorido, a sua vontade... Ela nao tinha voz, nao sabia cantar, mas sabia encantar... borboletas nao cantam, só encantam, com o seu vôo, com as suas cores, com a sua delicadeza... Ela se encantou mais do que devia... Ninguem a ensinou que um jovem, naquela fase da vida, nao quer se encantar com vôos, nem com cores,  com nada... Ele só quer acasalar... nao importa o que se passa com voce, minha jovem, com sentimento, com pensamento, nada, absolutamente nada sensibiliza este jovem, apenas quer acasalar, hoje, agora, depois, a hora que ele tiver vontade, com qualquer borboleta, basta ela saber fazer o vôo do acasalamento, basta ela voar ao seu redor, para despertar o seu lado machao, o seu lado acasalador... Ai que dor...
E depois do espetacular acasalamento, a borboleta pensou que viveria um lindo sonho,que havia encontrado o seu macho tao esperado, tao sonhado... Estava tao enganada esta linda e jovem borboleta..., ela nada sabia da vida... uma vez que passou a vida inteira sozinha, triste, nao tinha aprendido quase nada da vida... nem sabia viver... nao tinha olhos para enxergar a beleza, nao tinha ouvido para ouvir os sons da natureza... nao teve tempo para andar de um lado para outro, sentir o ar, nem sabia respirar... nao sabia  sentir, do solo, a riqueza, nao sabia valorizar o que tinha ao seu redor... nao via o encanto dos passaros, seu canto, seu bater de asas... nao sentia o perfume das flores, que enfeitavam tudo com a sua beleza e delicadeza... ela nao sabia admirar... o belo e o feio, eram a mesma coisa, o claro e o escuro, nao tinha diferença, ela nao sabia amar... esta jovem, simplesmente estava cansada... cansada de ser... ser só, de ser triste, de ser infeliz, do lugar, de viver, de chorar...
Resolveu entao, fazer um novo casulo, deixar ali, a sua historia, para que nao fosse esquecida por todas quantas viessem viver
ali, onde ela, por um breve tempo, foi feliz, ou, fez de conta que foi feliz... viveu, por um breve momento, o seu lindo sonho...
E entao, a borboleta desiludida, continuou a sua jornada, sozinha, sem esperança, sem amor, mas trazia o sonho vivido na lembrança... ai, ai, suspirava:
como ela amou e o quanto desejou aquele lindo macho colorido... repetia sempre: fui feliz, por um tempo curto, mas aquele jovem me
fez feliz, ele nao sabe o quanto foi importante na minha vida, o quanto me fez feliz... para sempre feliz.

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